sábado, 23 de abril de 2016

Que pena de mim que não posso sentir profundamente as dores desse grande momento.
Que pena de mim que não pude sentir a grandeza dos teus braços, a profundidade do teu cheiro e a delicadeza dos teus lábios, que pena de mim que não posso sentir.
Que pena de mim, amarrada a uma correnteza constante, desperdiçando tudo que um dia foi bom. 
Um dia, foi bom?
Que pena de mim que ao menos consigo derrubar mais de uma lágrima, quem dera meus tempos de gargalhadas eternas.
Que pena de mim, precisando de provas e comprovações para continuar essa jornada, dar um recomeço para continuar a outra vida, que pena de mim.
Que pena de mim, que nem o verbo me salva, nem as preces, nem centenas de deuses, etanol nem pensar.
Coitada, nem as dores são dolorosas.
Ah.
Que pena de mim, que me perdi numa maré só.

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