quinta-feira, 6 de abril de 2017

Seus olhos de abstrato, vezes me olham rapidamente, vezes em meio aos seus castanhos curtos na ventania tão precária. 
Seus olhos de açucar queimado, amargos, moram longe da juventude. Vezes moram perto da infância, junto com seus lábios, que vezes cortam-se no quase sorriso, vezes acompanhado das suas cordas, vezes transmitindo inquietude imperceptível. 
Suas cordas em meio a desafinações de problema social, contidas num grito abafado.
Suas poucas expressões pesadas, que definem o segredo. O segredo do açucar-não-queimado, da doçura calada, cessada, aterrorizada.
Seus olhos cinzas de abstrato, vezes não fitam os meus. 
O meu par de jabuticabas, incessantemente a procura dos seus.

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